“Risco é a probabilidade de um
evento acontecer, seja ele uma ameaça, quando negativo, ou oportunidade, quando
positivo. É o resultado obtido pela efetividade do perigo.
Perigo é uma ou mais condições que têm o perfil de causar ou contribuir para
que o Risco aconteça. Não se mede e não há como eliminar o Risco. O Risco é um evento,
ele está lá e pode acontecer a qualquer momento.
Devemos trabalhar os Perigos. Esses devem ser mitigados, prevenidos,
analisados, mensurados e corrigidos. São eles que ocasionam os Riscos.
Não devemos mensurar a queda de um paciente, por exemplo, pois esse evento
é um Risco. É um fato que pode acontecer. Devemos mensurar e agir nas
prevenções para que não aconteça a queda do paciente. As prevenções devem ser
nos Perigos que podem levar a esse Risco.
Existem Perigos intoleráveis e tratáveis, porém existem Perigos que
devemos mantê-los em vigilância, mas não temos como minimizá-los, pois são
Perigos que dependem de terceiros (pessoas ou serviços) e está acima de nossas
prevenções. Por existirem Perigos “toleráveis” é que os Riscos são eventos não
trabalháveis.
Exemplo prático e fácil para entendermos a diferença entre Perigos e Riscos:
Ação: Dirigir por um trajeto.
Resultado esperado dessa ação: Chegar
ao destino com segurança.
Risco: Acidente de trânsito
Perigos:
§
Não saber dirigir
§
Dirigir em alta velocidade
§
Não respeitar as leis de trânsito
§
Não fazer a manutenção preventiva
do automóvel
§
Entre outros.
Ações preventivas e/ou corretivas para
minimizar os perigos: Ter carteira de motorista,
respeitar as leis de trânsito, fazer a manutenção do automóvel, etc.
Esses são os Perigos que podemos minimizar ou mitigar para que o Risco
tenha uma menor probabilidade de acontecer.
Porém existe um Perigo que está “além do nosso controle e mensuração”,
que é, por exemplo, um motorista entrar na contra mão e atingir o nosso
automóvel e ocasionar o evento = Risco (acidente de trânsito). Esse Perigo é
impossível de sanarmos, trabalharmos e agirmos com ações preventivas.
Devido a isso, acima foi afirmado que o Risco não pode ser trabalhado e
sim os Perigos.”
Pois
bem, esse texto poderia ser escrito por qualquer parteira (enfermeira, médico,
obstetriz) ou qualquer mulher que estudou e scolheu parir com segurança. Pegando o esquema
proposto por ele, vamos analisar o seguinte:
Ação: Parir naturalmente em casa
Resultado esperado dessa ação: parir
naturalmente em casa com segurança.
Risco: Algo fugir da normalidade e
precisar de uma intervenção ou mesmo de uma transferência hospitalar. E, risco
maior (e o mais temido), morte da mãe ou do bebê.
Perigos:
§
Não realizar um pré-natal de
qualidade
§
Optar por parir em casa mesmo
sendo uma gestação de alto risco
§
Não respeitar a natureza,
intervindo sem necessidade
§
Não escolher uma equipe de profissionais
habilitados para assistir ao parto
§
A equipe não ter treinamento nem
material para assistir aos primeiros cuidados de uma emergência
§
Não ter um hospital de referência
para um plano B
§
Entre outros...
Ações preventivas e/ou corretivas para
minimizar os perigos:
§
Realizar um pré-natal de
qualidade
§
Não optar por parir em casa mesmo
sendo uma gestação de alto risco
§
Respeitar a natureza, intervindo só
com real necessidade e indicação
§
Escolher uma equipe de profissionais
habilitados para assistir ao parto
§
A equipe ter treinamento nem
material para assistir nos primeiros cuidados de uma emergência
§
Ter um hospital de referência
para um possível plano B, de preferência que seja um local já antes conhecido
pela mulher, e se possível ter um médico de backup
§
Entre outros...
TUDO NA VIDA IMPLICA EM RISCO
Com essa onde de temporal, ventos fortes, ressaca
braba do mar, o simples fato de estar dentro do eu lar não me protege da fúria
da natureza. Ouvi que janelas estouraram com a família dentro de casa, telhas
voaram longe, árvores caíram em cima de carro com pessoas dentro. Eu posso ser mais imprudente ainda e ir para o meio da
rua durante o temporal. Pode acontecer nada, como pode acontecer algo muito trágico. Mas ir para o
meio da rua fez aumentar a chance de algo ruim me acontecer, por outro lado, estar
em casa não me garante 100% de SEGURANÇA e certeza de que NADA vai de
ruim vai me acontecer. Compreende?
Portanto, quando alguém ou você mesma se questionar: “Mas se algo der errado?”. Pare, respire e analise os
fatos, reveja os riscos, os perigos e as medidas preventivas. E devolva a
pergunta: “E se tudo der certo?”
E
se eu parir com saúde, num local onde eu me sinta segura, com pessoas que eu
escolhi a dedo para estarem ali? Se eu for respeitada, amada e cuidado dentro
do meu lar? E se eu puder vocalizar, me movimentar, chorar, comer livremente? E
se meu filho nascer com saúde, vir direto para meus braços, e ter o nosso
momento com a intimidade e privacidade que pede?
Pense
nisso...
Com
muito amor,
Gabi.
Fonte do texto sobre RISCO: http://www.blogdaqualidade.com.br/diferenca-entre-riscos-e-perigos/
E aqui segue mais uma reflexão sobre risco:
E aqui segue mais uma reflexão sobre risco:
- Risco de morte perinatal após 41 semanas sem indução (mulheres que optam por aguardar o TP espontâneo): 3 óbitos a cada 1.000 bebês
- Risco de morte perinatal em partos em casa (baixo risco, média dos estudos): 1 óbito a cada 1.000 bebês
- Risco de óbito neonatal por sepse causada por EGB (cálculo grosseiro considerando todas as mulheres, independente de fatores de risco): 0,5 óbito a cada 1.000 bebês (ou 1 a cada 2.000 bebês)
- Risco de um bebê que não tomou vitamina K ter uma hemorragia neonatal (média dos diversos estudos): 0,07 hemorragia a cada 1.000 bebês (ou 1 a cada 15.000 bebês aproximadamente)
- Risco de morte perinatal em partos em casa (baixo risco, média dos estudos): 1 óbito a cada 1.000 bebês
- Risco de óbito neonatal por sepse causada por EGB (cálculo grosseiro considerando todas as mulheres, independente de fatores de risco): 0,5 óbito a cada 1.000 bebês (ou 1 a cada 2.000 bebês)
- Risco de um bebê que não tomou vitamina K ter uma hemorragia neonatal (média dos diversos estudos): 0,07 hemorragia a cada 1.000 bebês (ou 1 a cada 15.000 bebês aproximadamente)
Não é interessante?
Pra gente ter uma ideia, a taxa de mortalidade por assassinato no estado de São Paulo em 2006, para a população geral (qualquer idade e sexo), foi de 0,2 por 1.000 habitantes (20 por 100.000) - muito parecida com a de morte por acidente de trânsito. Ou seja, dependendo do ponto de vista, é bem mais perigoso viver do que não dar vitamina K.
;)
Texto Maíra Soligo Takemoto
